segunda-feira, abril 22, 2013

o caminho único...

Este post leva dedicatória para o meu caro colega blogger nabantino, António Rebelo, que no seu Tomar, a dianteira vai advogando a tese de que não há alternativa à austeridade, e que para o sustentar quase sempre utiliza opiniões de comentadores e outros protagonistas da direita. Apenas para evidenciar que há outras opiniões, e como não podia deixar de ser, há sempre alternativas.

Uma das muitas vozes discordantes do caminho atestadamente errado e cada vez mais contestado, seguido pela generalidade dos atuais líderes europeus (ou não fossem, atualmente, quase todos governos de direita), a opinião de Paul Krugman, prémio nobel da economia em 2008, e que há muito vai exprimindo, pode em parte  resumir-se a isto: “Os políticos tomaram o caminho da austeridade porque quiseram, não porque o tivessem de fazer”.

E acrescenta-se: “Devemos situar o fiasco de Reinhart e Rogoff no contexto mais amplo da obsessão pela austeridade: o evidente desejo dos legisladores, políticos e peritos de todo o mundo ocidental em contornarem o problema do desemprego e, como troca, utilizar a crise económica como desculpa para reduzir drasticamente os programas sociais”, afirma Krugman num artigo de opinião no “El País” – “A depressão do Excel”. (ler mais no Jornal de Negócios).

E acrescento eu, em Portugal tem dias em que a "austeridade sem alternativa" é desculpa para esconder a ideologia não sufragada, e outros em que não. Há alturas em que o atual governo está a "ir além da troika" e a cumprir o seu programa sem pressões do memorando. Outros em que afinal o memorando (já 7 vezes revisto) estava mal desenhado...

Claro que, mesmo os incompetentes declarados que nos governam atualmente já perceberam que isto assim não vai a lado nenhum - nem eles. Só que o princípio é simples e sempre igual: quando os políticos são maus mandam os técnicos/tecnocratas.
(É assim em qualquer parte do mundo, até em Tomar...)
E por isso, quando é nos momentos de crise que a Política é mais necessária, vivemos ao contrário por estes tempos assim, com um governo incapaz e politicamente morto há meses, dividido entre as suas ideologias ultra-liberais e a incapacidade de bater o pé à troika por um lado, e por outro a realidade que todos sentimos e que mesmo muitos dos apoiantes mais incontestáveis governo, já proclamam a bom som.

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